VIGOR (Ausência Intransponível)
Entrego-te o meu amor,
Porém, a ausência insípida,
Sangra no ausente verso,
Na falta de um novo poema.
Amo-te, com infinita saudade,
Porém, minh’alma sangra,
E na ausência do tempo,
Meu tempo é ausência.
Amo-te, secretamente,
Com toda força de meu coração.
Amo-te, efêmero como um coadjuvante,
Voraz como um protagonista.
Amo-te, como quem contempla o crepúsculo,
Como ao calar da noite crepitante.
Amo-te, ao silenciar da bruma fria,
Ao fanal da esperança.
Amo-te, enfim, mesmo ausente de mim mesmo,
Mesmo preenchido de ilusão.
Amo-te, enfim, como purpúrea rosa de um belo jardim,
Com vigor e sinceridade de uma criança.