AS FORMAS DO AMOR

O amor amante ...

Explode cintilante como florão adolescente.

Mescla de paixão e desejo efervescente

É seta do cupido enfeitiçando corações ardentes

Que ao alvejar é a sensação que nos sugere

Com aguçada lâmina que ao ser retirada fere.

O amor fraterno ...

É seiva materna que verte do ventre,

Filho do amor é germe e fruto latente.

Rasgando entranhas grita de afeto no grito do feto.

É o lenitivo pra febre nas noites em que a mão afaga.

É dor que mata e sobrevive quando a vida se apaga

O amor amigo ...

É recoberto de ternura e se camufla de conselhos.

Titubeia entre palavras amargas, risos e olhos vermelhos.

Nasce voluntário e fiel na cumplicidade dos atos.

Mesmo entre bicho e gente é a gratidão em manifesto.

Traduz pra alma sentimento expresso em olhares e gestos

O amor ódio ...

Duas navalhas, dois fios em uma mesma espada

Sobre o fiel da balança em posições extremadas.

Vagará a dúvida infinita no universo da existência,

Como pode algo tão puro e sublime originar a criação

De um sentimento tão hostil e de oposta reação?

O amor próprio ...

Um tanto egoísta fiel e infinitamente sincero.

Nunca se importa de ter consigo rigor tão severo.

É escudeiro na defesa de invasões de ilusões fúteis.

Preserva-se cauteloso, vigilante à espreita, à espera,

Porém sem deixar que o próprio coração vire tapera

O amor solitário ...

Soluça baixinho molhando o travesseiro inclemente.

Viaja, percorre lugares distantes, mas sempre presente.

Levanta e caminha contigo nas madrugadas de insônia.

É a voz do silêncio que emudece palavras só para escutar

Os lamentos da alma que não tem ninguém para amar.

O amor infinito ...

Sem origem conhecida sem passado e sem futuro.

Experiente, intenso, sem idade, já nasce maduro.

É a mão que firme seguro nessas travessias da vida.

Transcendente de mundos, vidas e outras existências

Estará contigo um dia para acalantar uma ausência.

O amor sem limite ...

Desconhece a razão e age sob instinto de sobrevivência.

Faz do momento presente o único da sua existência.

Sem escrúpulos, não tem noção de hora, temperatura ou local.

As vezes surge sem se importar com o sexo ou com a idade,

Por ser terno e infinito nos leva ao ápice da felicidade.

Cesar Tomazzini
Enviado por Cesar Tomazzini em 20/07/2011
Reeditado em 29/07/2011
Código do texto: T3107589
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