Palavras 0421 - Devoto

Nós éramos muitos

mas não tínhamos luz,

então caminhei sozinho

e a mando do céu

pedi por graça.

Implorar não era o que

meu Deus queria,

nada de breves orações,

nem de silêncio,

ser mais céu que inferno.

Não tenho lugar para pecados,

ou o beijo triste da traição,

espero o tempo, a cura da alma,

mas que seja merecedor, perdoo,

não pago na mesma moeda

e não me considero maior ou melhor.

Sou um filho do céu,

dono de um punhado de fé,

do riso, da paixão,

como homem sou sol,

calor, amor e alma.

Caminhei e caminho sozinho,

não sei os destinos bons,

desejo um grande sonho,

mas não me vendo

e nem compro,

quero luta até a conquista.

Não nego quando me

oferecem as mãos,

na primeira dificuldade

soltam-se e metade desiste,

ás vezes por um grão de prazer,

outras, por um sim de pecado.

Éramos muitos,

éramos todos e fiquei um,

deixo o tempo passar,

não volto do meio do caminho,

paro e recolho-me à alma,

a espera do céu prometido

ou da paz que mereço.

20/07/2011