Nossos Madrigais!
Nossos Madrigais!
Ouço ainda os acordes suaves do vento
Que invadiram os céus em abandono,
Debulhavam assim pedaços de sonhos.
Ouço ainda mesmo sem querer ouvir
Um relicário ao longe e o seu repicar
De notas em nota uma tristeza ausente...
Que felizes insistem em anunciar.
Ouço ainda este insistente sopro
Que vem sem eu saber de onde,
Talvez de entre sombras harmoniosas,
Ou quiçá, por entre nuvens indecisas.
Mas vem!
Trazendo no seu cochicho
Palavras doces e dolentes,
Que no rosto do vento estampa-se...
As marcas de medos iguais,
De gestos singelos,
de sons magistrais.
Vem trazendo uma mistura de tudo
Que nos faz capaz.
Que mesmo não sendo poetas,
Escrevamos nossos madrigais.