Nossos Madrigais!

Nossos Madrigais!

Ouço ainda os acordes suaves do vento

Que invadiram os céus em abandono,

Debulhavam assim pedaços de sonhos.

Ouço ainda mesmo sem querer ouvir

Um relicário ao longe e o seu repicar

De notas em nota uma tristeza ausente...

Que felizes insistem em anunciar.

Ouço ainda este insistente sopro

Que vem sem eu saber de onde,

Talvez de entre sombras harmoniosas,

Ou quiçá, por entre nuvens indecisas.

Mas vem!

Trazendo no seu cochicho

Palavras doces e dolentes,

Que no rosto do vento estampa-se...

As marcas de medos iguais,

De gestos singelos,

de sons magistrais.

Vem trazendo uma mistura de tudo

Que nos faz capaz.

Que mesmo não sendo poetas,

Escrevamos nossos madrigais.

Betinamarcondes
Enviado por Betinamarcondes em 19/07/2011
Reeditado em 06/05/2013
Código do texto: T3104230
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