SILHUETAS,RIMAS E TONS
O épico,a densidade aos poucos
um apelo,o motivo que clama
Hiatos em versos absortos,
pelas línguas de fogo em chama.
A circunstância irrompe em ternura
liberta a alma onde o claustro impede,
o que a melodia ao longe insinua
aliciando a fuga inerte.
A elegância na insônia deserta
pelo farol que embaralha os minutos
E no reflexo do espelho a flecha
em irresistível,intenso impulso.
No sopro,a inspiração feito argila
tecida pela cinza das horas
O cântico sagrado inicia,
o tom de antanho no agora.
As sombras modelamteu rosto
acorrentada eu espio o destino
Na vaidade do tempo exposto,
abrem-se fendas no instinto.
A performance,o canto de sereia
pelica no toque das mãos
Seiva mágica que ateia,
fogo e gelo em ebulição.
Pela imensidão,a janela
cintilam estrelas no teu olhar
A passagem,a porta entreaberta
nosso período de recomeçar.
Céu de estrelas e fascínio
é o trono do meu Orfeu
Pelo fio da pena em declínio
que o poema de amor escreveu...
Laura Di Paula