COMO UM SIMPLES MORTAL

A paixão louca por você aprisionou-me

E quando tentava prender-te, amesquinhava-me

Quando expressava-me, banalizava-me

Quando impunha-me, apunhalava-me

Quando vangloriava-me, enganava-me

Quando tentava modificar-te, endeusava-me

Quando elogiava-te, elogiava-me

Quando adorava a tua estética, perdi-me na ética

Que de amor dizer se era pouco

Que de amor viver se era louco

Que de amor cantar se era rouco

Que de amor falar se era tosco

Mas falei e por tantas vezes elogiei a paixão de amor

E no final a dor era tanta que tive de aprender a amar-te

para não perder-te

Foi muito difícil encontrar-me sem a máscara infame da paixão

e recomeçar

Libertei-te de mim, o deus monstro

Amei-te como um simples mortal deve amar