Palavras 0417 - Tempestades
A chuva caminha molhando terras sem dono,
o vento de mãos dadas faz dupla espalhando
os corpos que flutuam um a um nas ruas,
é como se ninguém enxergassem os outros.
A tempestade grita enfurecida e brilha,
relâmpagos queimam os olhos do menino,
assim e agora se ouve vozes de socorro,
não adianta cantar seus pecados no altar,
o manto que agasalha é a vida que te cobre.
Ainda que me implore, não sei como
fazer a chuva parar de escorrer do céu,
que os relâmpagos apaguem seus brilhos
e o vento diminua sua caminhada.
Por agora lágrimas cessam as almas,
todos lembram seu deus, sua crença,
escrevem nas paredes do seu corpo
que não abandonarão o deus que acolhe,
para que lembre no depois da tempestade.
18/07/2011