És o que és.
Autor: Daniel Fiúza
06/07/2011
És o meu próprio pensar
o simples do limiar
teu tempo de me amar
tua vontade de ficar.
És minha estrada e meu passeio
o trabalho e o recreio
a carta e o correio
a bala no tiroteio
as duas pontas e o meio.
És o guizo e o pé da cobra
começo do fim da obra
o tanto que dá e sobra.
És o rastro da minha alma
o lastro da minha palma
o mastro da minha calma
o sol filtrado em peneira
o papo sério e a besteira
a queda na ribanceira
minha princesa primeira.
.
És a sombra que não some
o ácido que me consome
a fera que ama e come
aquela que sei o nome
a que me faz lobisomem
pecado feito em enxame.
És começo do caminho
a ponta do fino espinho
o gosto doce do vinho
quem não me deixa sozinho
a emoção e o carinho.
És ouro de mil quilates
o enigma e o disparate
a costura e o arremate
o elo do desengate.
És aquela que procuro
O lugar lindo e seguro
a musa que conquistei
és a vida que ganhei.