ausência

O silencio ermo,em mim ,devolveu-me a calma

A ausência secou feridas e curou meu coração

Surdo,pois, me fiz a linguagem de minha alma

Que me enfeitiçava com a ébria ilusória canção

O sonho era meu falso alivio ,mas,ledo engano!

Sabia ,deveras,que a temível arma era a pena...

E,abrindo,na compaixão,o peito ,banal erro humano

Deixei assaltar na angustia,minha tola alma serena

Ah!que a tristeza me encontrou,por mais que escondesse!

Cobria,então, minha face com a máscara da alegria

Mas,meu coração chorava sem o que fazer pudesse...

Ele era eterna criança e de amor,nada ,enfim,sabia.

De que para o doloroso mal,uma solução,na certeza

Não deixei que me levasse ao desespero,a loucura

Fiz de minha alma,simples jardim de infinita beleza

E,flutuando,entre nuvens,a musa veio a minha procura

Não mais,me iludo,portanto, com a ausência do amor

Posto que meu coração,ainda que,de morte ferido

Geme e sofre,assim foi feito,para resistir a intensa dor

E,no fim sorri,docemente,como nunca houvesse sofrido!