Sede de amar
Sede de amar
Que sede que sede eu tinha de amar
Aninhar -me nos teus braços
Sôfrega ao me beijares
Que sede que sede
Que fosses agua da fonte
Forte da corrente
E viesses saciar
Esta sede que me consome
Estas pobres ilusões
Que me estão a atentar
Mil beijos num só beijo
Um rio a abraçar-me
A frescura da fonte
Mel dulcificante
No campo o alecrim
Macio e florido
De ramos caídos
Leito de noivar
Quanta dor comovente neste desejar
Que sede meu Deus
E minha alma a penar
dessa sede doida e devoradora
que me anda a supliciar
E os anjos no céu olhando entre si
Viram as costas e fogem por fim
Escondem-se entre as nuvens
E desse apressar há penas pequeninas a esvoaçar
E caem sobre mim para sossegar
Oh! Meus trágicos desejos
Apenas queria beijos e saciar-me
Na loucura de amar.
De tta