Um simples sopro de uma eventual eternidade…

“Amo a vida como te amo a Ti”

Li esta frase algures

E sorri

Dei comigo a pensar

Que a vida para mim é como uma tela

Cuja real textura

Nunca conseguirei imitar…

Pelo menos nas palavras

Porque por muito que nos esforcemos

Não há palavras que traduzam

O real alcance de um beijo

As palavras ficam pobres

Quando quero dizer

O quanto te desejo

As palavras passam por parentes pobres da alma

Quando te digo

Sem o conseguir exprimir

Num lugar comum demasiadas vezes referido

Que és um fogo calmo

Que a minha inconstância apaga…

Sendo que abracei a vida nos seus diversos lados

Diversos expoentes

Apesar de me dizerem que essa vida é um circulo

Que se tende a repetir

Mas se o é de facto

Porque é que por muito que ande

Sinto sempre que tenho um lugar novo por onde ir…?

Porque é então que me destruíram

Que os meus sonhos rasgaram

E no entanto

Ergo-me vezes sem conta do chão

Dou comigo a recriar novos sonhos

Dou comigo a amar

Depois de ter jurado

Que a última seria a ultima vez

Porque é que do nada

Ou de Ti

Renasce outra vez a fé…?

Sim…o tal amor de que todos falam

Mas que todos procuram evitar de forma directa

Com absurdo laivos de pudor

Quando lhes toca bem de perto

Afastando tal de si

Como se tal fosse uma peste

Olham tal com pouca bonomia

Como se fosse uma adversidade

Tendo um comportamento dualista

Algo esquizofrénico com ele

Que tanto o querem longe

Como de repente o querem bem perto

Não sabendo o que fazer com ele

Quando ele nada mais é do que…

Um simples sopro de uma eventual eternidade…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 15/07/2011
Código do texto: T3097517
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