Um simples sopro de uma eventual eternidade…
“Amo a vida como te amo a Ti”
Li esta frase algures
E sorri
Dei comigo a pensar
Que a vida para mim é como uma tela
Cuja real textura
Nunca conseguirei imitar…
Pelo menos nas palavras
Porque por muito que nos esforcemos
Não há palavras que traduzam
O real alcance de um beijo
As palavras ficam pobres
Quando quero dizer
O quanto te desejo
As palavras passam por parentes pobres da alma
Quando te digo
Sem o conseguir exprimir
Num lugar comum demasiadas vezes referido
Que és um fogo calmo
Que a minha inconstância apaga…
Sendo que abracei a vida nos seus diversos lados
Diversos expoentes
Apesar de me dizerem que essa vida é um circulo
Que se tende a repetir
Mas se o é de facto
Porque é que por muito que ande
Sinto sempre que tenho um lugar novo por onde ir…?
Porque é então que me destruíram
Que os meus sonhos rasgaram
E no entanto
Ergo-me vezes sem conta do chão
Dou comigo a recriar novos sonhos
Dou comigo a amar
Depois de ter jurado
Que a última seria a ultima vez
Porque é que do nada
Ou de Ti
Renasce outra vez a fé…?
Sim…o tal amor de que todos falam
Mas que todos procuram evitar de forma directa
Com absurdo laivos de pudor
Quando lhes toca bem de perto
Afastando tal de si
Como se tal fosse uma peste
Olham tal com pouca bonomia
Como se fosse uma adversidade
Tendo um comportamento dualista
Algo esquizofrénico com ele
Que tanto o querem longe
Como de repente o querem bem perto
Não sabendo o que fazer com ele
Quando ele nada mais é do que…
Um simples sopro de uma eventual eternidade…