AS IMAGENS NÃO DIZEM NADA
Nesses dias estranhos em que o efêmero e descartável são vias de regra.
Despretensiosamente , surgem pessoas do outro lado da rua e nós atravessam sem bater
As linhas elétricas do quadro colorido não traduzem que realmente elas são.
A graça, a textura das mãos , o brilho do olhar até parece que as estrelas não estão brilhando.
Pena que você não vê o que eu vejo.
Até quando passaremos pela multidão?
Se olhamos para todos e não vemos ninguém
Riscos, imagens, nostalgias de vultos de pessoas que se foram
E que não voltam mais
E cada folha, a cada vento , a cada suspiro
Esperemos em vão a graça de deus por alguém que nos alivie a dor
E nos lembre que um dia fomos felizes.
Como dizem os santos, apenas com transgressão da agonia
que chegaremos a verdadeira epifania divina.
Lembre-se, das velhas músicas, a ampulheta do tempo não nos deixa esquecer
As moléculas de areia não voltam mais
Mas a sensação em vermos aquelas pessoas do outro lado da rua
Tem a magia de subitamente congelá-las, e não nos deixam esquecer
que ainda somos felizes
Obrigado por te conhecer