O Vento me traz recados...
Uma lágrima mansa e muito suave desliza
Teimosa, mas plena de pura emoção...
Saudades de um rosto que tudo ameniza
E permite que a vida se transforme em canção...
E um doce sorriso aflora, bem manso
Lembrando venturas de um tempo feliz...
Procuro um abraço que nunca eu alcanço
E ouço um Recado que o Vento me diz:
- “Neste instante, aqui, tão só, nas lonjuras,
O espaço medeia meus lábios dos teus.
Eu também choro... E sofro as agruras:
Não posso beijar-te... Não posso abraçar-te!
Mas estas nos meus sonhos, os sonhos só meus!
Jamais eu queria, meu amor, magoar-te!...”
E ao vento gelado respondo: – Somente
Uma triste resposta lhe leves: “Adeus!
Não quero que sofras, e meu lábio não mente...
Prefiro que esqueças o tempo feliz!
Que vivas tranqüilo os dias só teus!”
Vai, Vento, e lhe conta: é minh’alma que diz!
O Vento, obediente, se afasta ligeiro
Vai dar-lhe o recado... E eu peço ao meu Deus
Que o faça feliz, mas feliz por inteiro!