ADÕES E ELAS ( Adão e Eva)

Divindade abdicada

Eras um deus

De classe menor

O tempo não era seu senhor

Tinhas brilho

Domínio

Resplendor

Autoridade sublime

Divindade estampada

A ti, tudo foi entregue.

O primeiro dos reis

O primeiro dos filhos

Escolhido e perfeito

Senhor da criação

Apenas o amor pôde vencer a ti

O segredo velado

Proibido

Foi Furtado

No fundo sabias

De ti

Nada se escondia

Enganado não fostes

Mas de livre vontade

Recebestes de volta

A perdida metade

Era parte de ti

Sangue de sangue

Ossos de ossos

Tudo que tinhas

Por ela deixastes

Tão imensuravelmente

A ela amastes

E diante de tanto

Valor algum suplantaria seu eterno

Amor e feto

Percebeu o pecado

Mas lutou por amor,

Redimiu.

O preço?

Foi a dor

Trocastes o mundo

Trocastes o reino

Pela sua metade

Pelo seu amor

Eras tu

Rei deste reino

Agora

Furtado de tudo

Vislumbrou a tortura

De viver as arduras

Da distancia de casa

E da perda de tudo

Agora

Dominado

Angustiado

Longe do belo

Longe da graça

Outra coisa não te faz feliz

Se não o desejo inflamado

Pelo retorno

Pelo renovo

Agora

Aperta a impiedosa saudade

Era vida de verdade

Que triste

No reino da vida

Agora reina a morte

Rejeitou o amor

Do sublime Senhor

E trocastes a dádiva

Pela jóia adorada

Agora

És servo

Agora

És mortal

Não mais rei

Não mais deus

Escravo do mais ferrenho dos Senhores

O pecado

Que põe medo

Que afasta

Mas a doce esperança

De viver na bonança

Aflorou novamente

Da promessa esperada

Ressurgiu o resgate

O segundo dos filhos

Mas fiel contido

Também fez como tu

Entregou sua vida

Pela amada querida

Amou-a como nem um outro

Tu deixaste por ela o reino do mundo

Ele,

Do universo.

Pra trazê-la de volta

Para amá-la pra sempre

Das angustias passadas

Nunca mais lembrará

Pois o grande Arquiteto

O autor do projeto

Restituiu

Restaurou

Reviveu

Agora estais certo

Não és mais desafeto

Estais livre outra vez

Pra ser filho do reino

Preparado e perfeito

Preço pago,

Resgate feito

Agora

Com as lágrimas contidas

Não mais de agonia

Mas de doce alegria

Nunca mais vais cair

Nunca mais vais partir

Mas Somente cantar

Para sempre amar

Para sempre sorrir.

Edu vilar
Enviado por Edu vilar em 14/07/2011
Reeditado em 14/07/2011
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