Poema 0909 - Falso soneto
Tudo era um sem fim, um sem mundo,
alguns vazios abandonaram o cio,
disse adeus sem ao menos fechar a porta,
inacreditável amor, amor por um fio.
Desconheço o amor que era meu e teu,
andei solitário sem saber onde ela estava,
gritei seu nome hoje quase esquecido,
meu mundo se perdeu enquanto esperava.
O amor era de dois e do mundo nada,
quero o belo impuro, a nudez menos pobre,
como outono, vento e mar numa mulher,
o presente não é ouro, nem lata, nem cobre.
Gritem aos pobres amantes de amanhã,
apaguem a lua, desenhem outro céu,
despem a mulher do amor da mulher,
até que limpe da boca o gosto de fel.
04/12/2006