REDUZIDA FELICIDADE
Até parece que o tempo se encarregou de
modificar ele próprio, a cada segundo oferece
um quadro diferente, mas creio que é assim
mesmo, afinal o inverno vem se aproximando.
Na atmosfera um vento gelado igual
ao que sinto na alma, igual a uma
espera infindável, que não me oferece a
certeza de não presenciar mais o florir das rosas.
Sinto que tudo vai se avaporando, vez ou
outra vejo ou penso que vejo, um breve
relampaguear exibindo vultos indistintos, quando
termina, deixa o perfume de âmbar que conheço bem
por ser o meu preferido.
Se esconder que não tenho saudades de tudo
o que fizemos passar tão rapidamente, estou
mentindo e por isso confesso minha culpa, não
sei se sentes com intensidade o mesmo que eu,
mas deixemos para a posteridade o seu pensamento...
E assim, morremos um pouco a todo instante, os
olhos entrefechados como tentando a todo custo
alojar um coração desesperado, que viveu no passado
uma reduzida felicidade...