Filho do vento

Se eu sorrir é porque existe clima

E a minha existência persiste.

Não sou o bêbado que brinda

Com a taça que não existe.

Sou irmão das coisas verdadeiras,

Não tomo decisão com emoção.

Travo a ganância dos homens

Num simples sopro da brisa.

Desmorono-me, sou um ser em construção,

Caminho e sei de quase tudo que faço,

Quando estou irresoluto, peço ajuda ao embaraço.

Posso sorrir, que o sorriso é alegria, é emoção.

Tem vida rápida e asas frágeis.

Um dia sei que não mais existirei no vento

Na brisa, na canção ou na noite enluarada.

Eu que um dia aqui me encontro, estarei extinto...

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 04/12/2006
Reeditado em 05/12/2006
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