NAMORO ANTIGO
Você me atrai,
mas não penso em sexo diretamente, imediatamente.
Penso, sim, na sua companhia,
ser ternamente envolvida em seus braços
sem excitações.
Ser acariciada, beijada de leve, suavemente,
não de repente.
Ouvir, ser ouvida,
um pouco de cada vez,
um pouco cada um,
baixinho, de mansinho.
Falar de coisas simples,
falar do que gostamos,
falar da vida, de planos,
sem chorar, sem lamentar.
Ouvir de você para conhecê-lo,
esse jeito baixo e gostoso como fala.
E se uma lágrima, sem motivo,
inundar meus olhos e insistir em cair,
não será por tristezas do que passou,
do que acabou.
Será apenas espanto pela doçura de um momento
que não acreditava poder ter mais, jamais...
E também jamais verás estes versos,
porque não os darei nunca,
não eu, não como sou:
por dentro, simples menina,
por fora, como fora de tempo, já mediana.
Não tenho coragem de lhe falar,
nunca, jamais, em tempo algum.
Serão versos guardados e destinados
a amarelar com o tempo.
Assim como eu secarei como uma flor
que não quis secar, e cair e morrer...
Mas eu queria tanto te amar,
Mais um pouco que um amigo...
Queria tanto que me amasse
sem paixão, devagarzinho, de mansinho,
diretamente ao meu coração...
Assim como um namoro antigo...