pleito

Há um discurso que não foi feito,

Será por medo de não ser aceito?

Só sei que seu teor é verdadeiro,

O que ignoro são conseqüências;

Vem do sentir que não toma jeito,

antes, toma aos espaços do peito;

não deriva de um afeto passageiro,

e ousa, muito além das aparências;

Esse silêncio com incerto proveito,

Vai reinando nos passos e no leito;

É um reles imperador embusteiro,

Entretanto, recebe as reverências;

Esperança de ver o gelo desfeito,

Para que depois de ser liquefeito;

Sirva para matar à sede primeiro,

Que esperem outras preferências;

Se, auditório que d’uma só é feito,

não fizer esse pobre orador eleito;

juro que, será o pleito derradeiro,

a fila se fará para as condolências…