Através do Universo…
Viaja uma estrela
Com as inevitáveis promessas de Eternidade
Levando no seu dorso
Os desejos de quem a vê
E que com isso perpetuam por vez
Uma antiga tradição
Que reza que o sonhos nunca morrem
Sobrevivem a tudo
Mesmo à mais cruel e fria desilusão…
E a estrela altera o seu voo, o seu rumo como se altera um estilo de poesia para prosa
Porque se torna demasiado cansativo
O mesmo registo, diversificando tal, porque aprendi que há mil e uma formas
De te dizer amo-te, que te quero comigo…
Quebrando a monotonia
Da espuma dos dias
Pegando em velhos instrumentos
Velhas formulas
Para que continue a fazer
E a existir magia…
Transformando o claro em pouco óbvio
E o óbvio em imprevisibilidade
Porque me ensinaram que os caminhos do divino
E do amor ecoam numa certa pouca linearidade…
Dos sentidos
Onde te amo
E te digo ao ouvido
Que te quero comigo
De forma disfarçada
Porque não quero
Que ninguém o saiba
De forma silenciosa
Porque o amor
Deve ser sentido
E assim mantido
Deve ser algo silenciosamente concreto
E pouco público
Não deve ser das massas ocas
Seu mediático objecto
Deve ser nosso
Intenso e ao mesmo tempo regrado
Deve ser na altura certa
A quem amamos
Revelado…
Sim o sonho só o é
Quando o meu
Também é teu
Deve ser um quadro de todos os estilos
Que terá como tela
Toda a portentosa imensidão
Deve ser uma espécie de fusão
Entre o mais elaborado raciocínio
E a mais pungente emoção
A mistura perfeita entre a prosa e o verso
Tanta coisa sentida
Quando me sinto a pairar
Através do Universo…