O VENTO E EU NA FESTA DO AMOR

O vento lá fora geme em zumbido choroso.

Dentro de mim o coração treme – o romântico

dá seus últimos suspiros.

Neste gemer e tremer de dois seres,

Um e outro declamam.

Ele por ser vento, versa.

e eu por ser humano, rimo.

Ele por querer aquecer, estrofes

e eu por querer esquecer, poemas sórdidos.

Aquecer para trazer a todos

Conforto e aconchego – vinho e queijo.

Esquecer o que de mim não pode ser,

Senão eu me perco – lareira acesa.

Conforto e aconchego

– todos embriagados na festa do Amor

Eu por uma ser amado – a Lua

Queria ser o vento para todos

Acariciar o rosto,

Lamber os lábios,

Fazer cafuné.

O vento queria ser humano,

De todos receber

O calor do corpo,

A quentura do abraço,

A candura do olhar,

Beijar os pés.

Triste sina a nossa – o vento e eu.

Eu podendo

Querendo a todos somente acariciar,

somente beijar,

somente roçar.

Quero ser vento

Para não ser exclusividade

- em um galope ir e vir.

Ele, o vento, quer ser humano

Para não se perder

Pelas esquinas da rua

E nos becos da vida.

L.L. BCENA, 15/11/1999

POEMA 242 – CADERNO: O DESABROCHAR DA VIDA.

Nardo Leo Lisbôa
Enviado por Nardo Leo Lisbôa em 12/07/2011
Reeditado em 12/07/2011
Código do texto: T3090235
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