Palavras 0411 - O vento e o amarelo
Meu nome é vento, só isso, nada mais,
sigo o caminho das flores amarelas,
faço o silêncio tomar as bocas,
enquanto meus sonhos posam suavemente
no chão cobrindo de felicidade,
como se fosse um manto que agasalha.
Meu lugar é uma cabana abandonada
no meio do mundo, que gira e gira,
onde o sol me faz soprar e brilha,
depois vem a lua que não ofusca o querer
da brisa que o amor me faz tocar.
Meu céu tem paredes avermelhadas,
nuvens, ora brancas, ora nada e voam,
invadindo cada pedaço do meu quintal,
então sopro, e sopro até que dobrem as
esquinas onde as estrelas guardam os brilhos.
Sigo a rua das flores amarelas, das casas,
amarelas como todos os sonhos amarelos,
não tinha cor quando era tempestade,
mas hoje voo cores fazendo um arco íris
como se eu fosse uma aquarela de brincar.
Não consigo ser humanamente marcante,
minhas cores são invisíveis a olho nu,
meu corpo tem a leveza da pluma, mas,
por não produzir esperança e nem sei
fazer humildade, sou apenas vento.
E sigo o caminho das flores amarelas,
e sopro com a força de milhares de homens,
sopro as voltas, e sopro as sobras dando
ao mundo meus sonhos de vento em amarelo.
12/07/2011