Quando você foi comprar pão
Dói tanto te esperar
Pois te esperar é estar sozinho...
É tão doce a morte da saudade
Em teus braços fatais
Desfalece a bendita!
Que me assombra d`outros carnavais.
Instintos maravilhosos e animais
São os que por ti sinto, tão carnais?
Os de sentir tanto os começos
E nunca lembrar dos finais
Já que nem existem no roteiro
São infinitos capítulos.
Nossa vida que nos cansa
A ajuda a saudade e a ânsia?
Mas é o contrário do que se diz
A minha violenta sede de te ter
É o que me faz feliz!
Sina é pra sempre te querer.
Te vejo no limiar da minha vida
Como quem se esconde e aparece
Sempre por detrás dum espelho
Olho a tua imagem e só me vejo?
Quanto à loucura me condena
Este excesso de desejo...
O pequeno intervalo em que se vai
É como se o sol cessasse seu irradiar
E as nuvens negras guardam o céu
Já que tudo se torna desta cor
Tão sombrio é o silêncio teu
Tão teu é o sorriso meu.