Penúltimo Desejo
Me avisem quando eu morrer
Que é certo não saberei
Mas dessa água beberei
Isto já pude aprender
Ao me ensinarem a nascer
Quando bebi o colostro
-Sangre com Leche mesclaita-
E percebi na voz da gaita
E no calor do meu rosto
Que a vida era um agosto
De frio e de chuvarada
Tenebroso pros tamancos
No desandar dos barrancos
Que calçam de barro a estrada
E pesam mais as passadas
Quanto mais pressa se tem
Mas, eu descobri, também,
Que a distância é um elástico
E que o tempo é também plástico
Assim como os porvires
Que servem os sonhos num pires
Quando o agora é enganado
E o Poeta embriagado
Pela penúltima estrela
Não se mata só pra vê-la
Nascer nos seus olhos cegos
Quando se extinguirem os egos
E os dias se iluminarem
Pelo sol da escuridão
Os tatos não enxergarem
E a Alma for a visão...
Me avisem quando eu morrer
Que é certo não saberei
Mas dessa água beberei
Isto já pude aprender
Ao me ensinarem a nascer
Quando bebi o colostro
-Sangre com Leche mesclaita-
E percebi na voz da gaita
E no calor do meu rosto
Que a vida era um agosto
De frio e de chuvarada
Tenebroso pros tamancos
No desandar dos barrancos
Que calçam de barro a estrada
E pesam mais as passadas
Quanto mais pressa se tem
Mas, eu descobri, também,
Que a distância é um elástico
E que o tempo é também plástico
Assim como os porvires
Que servem os sonhos num pires
Quando o agora é enganado
E o Poeta embriagado
Pela penúltima estrela
Não se mata só pra vê-la
Nascer nos seus olhos cegos
Quando se extinguirem os egos
E os dias se iluminarem
Pelo sol da escuridão
Os tatos não enxergarem
E a Alma for a visão...