MINHA MENINA
Menina dos olhos verdes
Que ao pé da serra nasceu...
A minha saudade
É brisa perfumada
Que um dia se perdeu
Pelos campos a errar,
Olha menina;
Minha saudade
Também é criança!
E nos seus cabelos
Todas as tardes
Vai brincar.
Noite na serra?
É escura! Tão escura!!
Vento na serra?
É gelado! Tão gelado!!
Menina os seus olhos
São estrelas guias
Para os pés cansados
Desse pobre caminheiro
Que geme e chora
Da saudade essa dor,
São duas fogueiras
Ardendo em promessas
De poesias e versos
Na alma desse poeta,
São promessas de calor;
Braços, abraços... Bocas e beijos...
São promessas de amor.
A minha saudade
Tem sabor do desejo
Amargando no coração,
E nem que a boca
Pudesse provar
De uma ilusão
O mais doce mel,
Dela jamais se poderia
Um dia arrancar
O amargo fel
De uma desilusão.
Quem tiver amores perdidos
Venha ouvir minha canção,
Quem tiver sonhos desfeitos
Venha chorar nos ombros
Desse pobre poeta
Que também sobre e chora
A dor de uma paixão.
Menina o seu olhar
Prometia tanto amor!
Prometia tanta paixão!
Mas foi somente isso;
Promessas feitas em vão.