AMOR AD AETERNUM

Há uma canção no vento

Uma assinatura de Deus no firmamento

Um poema de amor

Dando movimento a tudo que é desprendimento de cor

Uma paixão ardente se abrindo em vórtice na flor

Um carinho pra que a colheita seja farta

Meus lábios pedem os teus

Como a oração pede a graça atendida

Como a garça pede à água o peixe a ela não devolvida

Como a abelha pertinente quer o cálice embriagante da seiva

Preciso de teu corpo em diagramas

Bem delineado bem traçado eriçado de anagramas

Poro aberto dilatado entregue ao vôo do desejo

Todo ele ao dispor do amor tecelão

Onde o braço consiga estender o que está ao alcance da mão

Para apreciar os mais doces e suculentos frutos da estação

Quero-te totalmente entregue no ato de paixão da carne

Sinta-se uma abelha rainha com asas de seda sem guia sem fanal

Derrama por sobre seu corpo surreal toda a geléia real e vamos à nau

Cama

Colméia

Onda

Balanço

Volúpia

Orquestração

Ritual...

Estar com você, estar em você carnivoramente em músculo

Emparedada em mim como coluna angular de um templo

Sentindo-te em águas termais profundas mornamente ardente

Floculando em ósculos e borbulhando em corpúsculos

É como se o céu fosse um pedacinho da minha vida ETERNAMENTE