o inseto e a aranha
era malvada, insolente,
desde o início
um gelo
rainha do desespero
concentração do cruel
janelas e pernas abertas,
dormia tão nua
em pelo
um dia o inseto entrou
e a sua pequena picada
se confundiu com o desejo
a fada fazendo careta
desperta na linda manhã
sorrindo da opereta
dos pássaros desde
bem cedo
ela agora era assim
bondosa e coadjuvante
concentração do calor
terna, nos lábios
só riso
e o inseto?,
coitado de mim,
fugiu de um modo impreciso
se escondeu no jardim
aproveitou que a janela
permanecera aberta
depois alcançou o telhado
sabendo que ali a aranha
não pode mostrar as entranhas
e nem construir sua teia
para depois se alegrar
Rio, 15/06/2006