O AÇOITE DA TENTAÇÃO

Há uma refeição sensorial se processando desde quando nos olhamos

Sabotando antigos planos de me manter leal aos meus princípios

Vejo-me à beira de precipícios, açoitado por ousados sonhos

Desejos estranhos, sintomas que indicam inesperados vícios!

Se nossos mundos são fronteiras que colidem, por que me invades dessa forma?

Páginas antagônicas de uma história em tese não trariam boas novidades

Mas sinto todas as tuas potencialidades numa percepção que me assola

E a única imagem que me consola é tua aparição nas eventualidades!

Teus olhos me provocam e meu corpo sugere o desafio

A ponto de sentir que é por um fio que sobrevive essa fragilizada sustentação

Menina que exala tentação, mulher incendiária que atiça-me o pavio

Que me abala ao ponto do arrepio, que faz voar meu coração!

O acaso já me deu a leveza de teu toque e a singularidade de teu cheiro

Queimei por inteiro, sorvi a sensação imaginária

A distinção de faixa etária parece ser o teu brinquedo corriqueiro

Por isso tive medo e guardo esse segredo que me esmaga!

Comunicamos muita coisa no silêncio e sei que edificamos um novo idioma

Que fala na madrugada de insônia, que ignora antagonismos na paixão

Tenho vontade de tomar-te pela mão, mas a covardia me doma

Queimo entre dois fogos nessa redoma: um de desejo e o outro de proibição!

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 07/07/2011
Código do texto: T3080896
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