LINHAS TRAÇADAS




I


Tenho as linhas traçadas...
E na mão:
o destino me impõe limites
(é a lei da humanidade).

Tão lépido é o grito do amor,
e as folhas voam,
do corredor ao fundo da casa
e agora o lado abstrato do meu sentimento
no topo do edifício se agarra.


II


Uma linha traçada
por dentro e fora do barco
que me navega.

Ouço vozes
e todos querem uma luz perfeita e clara
e no trânsito das palavras ditas,
o livro se materializa e explode em mil sabores.

Ouço vozes...
E todos requerem os versos do meu poema.


III


Uma parte de mim chama-se poesia
e a outra se chama amor.

Tão logo, o líquido
do sandaloso chão se apascentar
as partes ficarão iguais
e voltearão os pulsos.

E mais:
as próprias substâncias alcançarem
sombrio sustenido,
algo de mim
maturar-se-á no vale da alma.


IV


É verdade, o amor que vale...
arde e machuca em mim.

Cumpre-se - ventura-se
e ocupa versos e rimas...







Edição de imagens:
ShirleyS

Texto: Linhas Traçadas



 
ALBERTO ARAÚJO
Enviado por ALBERTO ARAÚJO em 07/07/2011
Reeditado em 22/02/2014
Código do texto: T3080820
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