Falemos pois com frontalidade, de um certo quê, de Eternidade…
Dessa perigosa dicotomia
Dessa perturbadora perturbação
Da mão que afaga um rosto
Ser capaz de ser a mesma
Que espeta uma faca no coração…
De um amor que se deseja, mas que nunca chega a acontecer
Porque enquanto aspiramos pelo prazer
Tememos que o jogo se volte contra nós
E em vez de dar o tal prazer
Faça doer…
Púnhamos no papel, púnhamos na oralidade, coloquemos na rua
Aquilo que nos consome
Aquilo que nos perturba
Que nos rouba a eternidade
Porque se é legitimo amar
Porque cruel medo do ridículo
Não o havemos de mostrar?
Porque temos de colocar máscaras
De seguirmos até à náusea
O politicamente correcto
Porque sou obrigado a disfarçar que quero distância de Ti
Quando te amo
Quando na realidade
Te quero bem perto…