AMOR DILATADO
Colhi castos versos nos teus cabelos
Irrisão intumescida
Frutos das entranhas
Cortei as correias das ausências perdidas
Queria construir pontes imaginárias
Só pra você chegar ao meu âmago
Mãos de maçaneta
Abrem-te portas
Ou te fecham por dentro
Pra esquecer as fechaduras
Que nos trancam na mente
Teu beijo traz-me a calma da criança
No peito da mãe entranhada na gente
É tão fácil escrever sem os grilos
Sem os grilhões e sem os grileiros
Que pululam solitariamente
Sem a opressão da carga rotineira...
Nas asas da Aurora teus olhos e tuas pálpebras me carregam
Pra onde eu for estou plasmado dentro de ti
Estamos tecidos no coração
Sem você a vida é como veneno viperino
Mata-me como o menino
Por dentro do adulto
Adulterando o meu ser
No teu ser univitelino