O menino e a borboleta...

Era apenas uma efêmera borboleta.

- Mas quão bela!...

As cores do Arco-Íris nela se faziam presentes

E rebrilhavam ao sol do verão!

E ela dançava graciosamente

Embalada pela música da brisa...

(Ninguém diria que fora uma lagarta

Feiosa e triste encerrada em seu casulo

Por tanto tempo...

Tempo em que ninguém se importava com ela...)

Mas... Enquanto ela voava

Chegou um menino

E a viu tão bela!...

Não poderia deixá-la ali:

Alguém descuidado a pisaria!

E, depressa,

Colocou-a em um pote de sorvete

E, correndo, levou-a para casa.

- Por que me aprisionas?...-

Gemia ela baixinho...

Mas o garoto não entendia a linguagem

Das borboletas impedidas

De seguirem seu destino...

(...)

A borboleta acompanha o garoto até hoje,

E ele já não é mais um menino.

Bela, imóvel e sem vida,

Está presa por um frágil alfinete

Que lhe foi o mais cruento espinho!

E ele lhe conserva a beleza

E a olha, apaixonado e com carinho...

E não adiantou a borboleta debater-se

E tentar explicar-lhe sua missão

De levar beleza ao mundo

Mesmo que por um segundo!

Ele, o menino,

A queria demais!... Tinha que protegê-la!

- Assim são esses amores egoístas

Que “amam”, mas só fazem mal...

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 05/07/2011
Código do texto: T3076053
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