O menino e a borboleta...
Era apenas uma efêmera borboleta.
- Mas quão bela!...
As cores do Arco-Íris nela se faziam presentes
E rebrilhavam ao sol do verão!
E ela dançava graciosamente
Embalada pela música da brisa...
(Ninguém diria que fora uma lagarta
Feiosa e triste encerrada em seu casulo
Por tanto tempo...
Tempo em que ninguém se importava com ela...)
Mas... Enquanto ela voava
Chegou um menino
E a viu tão bela!...
Não poderia deixá-la ali:
Alguém descuidado a pisaria!
E, depressa,
Colocou-a em um pote de sorvete
E, correndo, levou-a para casa.
- Por que me aprisionas?...-
Gemia ela baixinho...
Mas o garoto não entendia a linguagem
Das borboletas impedidas
De seguirem seu destino...
(...)
A borboleta acompanha o garoto até hoje,
E ele já não é mais um menino.
Bela, imóvel e sem vida,
Está presa por um frágil alfinete
Que lhe foi o mais cruento espinho!
E ele lhe conserva a beleza
E a olha, apaixonado e com carinho...
E não adiantou a borboleta debater-se
E tentar explicar-lhe sua missão
De levar beleza ao mundo
Mesmo que por um segundo!
Ele, o menino,
A queria demais!... Tinha que protegê-la!
- Assim são esses amores egoístas
Que “amam”, mas só fazem mal...