Palavras 0400 - Escravo da noite

Ninguém caminha minhas sombras de hoje,

sou aquele homem que tenta não se perder,

de vulto em vulto renasce a cada amanhecer.

Preso ao inconsciente de um novo amanhã,

não um qualquer mas o sim que me guia

a qualquer rua que meus passos não desvia.

Não preciso ser dono e senhor de nada,

aguardo sem ordem de tempo e o insulto,

que na vida o de repente me fez de adulto.

Quero das damas a noite e abraços de rua,

como uma antiga vitima que volta ao castigo,

trago na lembrança o terror, hoje, o beijo amigo.

Não mais oculto fantasmas pelos caminhos,

dobro as noites em dias de prazer sonhado,

não como um dia, um prostituto e abandonado.

04/07/2011