MARIA DO CAIS
Maria do Cais...
Maria do Cais, quem diria,
Qual triste face trazia, naquela agonia
De terminar o seu dia, a chorar
Na beira do cais...que um dia.
Manhãs, e madrugadas, frias brisas,
Com seu amado ela ia,acompanhar
Sua partida para o mar,todos os dias
Quando, na volta,seu homem trazia
Sustento a família, que tinha,
Seus filhos, pequenos, do amor de Maria.
Crianças inocentes, que belos , e freqüentes
Alegres, brincavam na praia,perto do Cais.
Maria, que o dia passava, e a hora chegava
Ao Cais ela ia, seu amado chegava,
De alegria,seu coração alegrava
E aos seus filhos, as mãos de Maria seguravam
Ao longe, jangadas chegavam, ela não via
Que quatro partiram, só três que chegavam
De onde estava, Maria avistava, não entendia
Porque da partida, se volta não tinha?
Coração disparado, olhar no horizonte
Seus olhos , ao mar fitava, siluetas procurava
No mar que acalmava, sem nada voltar
Só viam-se gaivotas, mergulhões, a voar
Horas passadas, pescadores chegavam
Seu homem, e os amigos de sempre
Que com ele embarcaram, no mar ficaram...
Pescadores , pescados no mar desta vida
E , Maria, no cais, seus filhos a abraçar
Entre lembranças, baixinho a soluçar
Dos festejos, dos louvores, a mãe Iemanjá
Seu corpo pedira, pro mar devolver...
Sozinha, sentada no cais, seu corpo dorido
De tanto esperar, nas águas avista,um corpo
Pedido que foi , do mar devolver seu amado,
Aos gritos, aos prantos, instintivo impulso se dá
Ao mar, entrega-se, seu amor tinha levado
Queria no mar junto ficar ,em eterno amar
Daquele que um dia, sem saber da agonia
A Maria, pra sua casa levar, e a ela amar...
Julio Piovesan
03-07-2011
Valquiria Lins
João Pessoa - Pb