COMO SE MATAM PAIXÕES
Percorro teu carinho inacessível no fog londrino,
Flor despudorada, dona do meu rubor,
Por ti se calam os sinos
E, de repente, amor.
Tua pele alva de fantasma
No claustro da primavera tuas pétalas dormem
E quando a noite teu plasma exala
Desperta em todos os homens.
Assim na noite se faz prisioneira
A rebelar-se contra a coorte
Dos homens tristes entre as fileiras
De encontro a morte.
Flor de costumes carnavalescos
Que mata com um certo primor
Incautos de contos novelescos
Com melodramas de amor.