A ROSA SEM COR

Tudo nela é abstrato,

A forma, a fórmula, o tato,

Plantei-a neste poema

Na sinestesia do olfato.

Não existe flor mais bela

Tudo nela é abstrato,

Como procurar numa tela

A forma, a fórmula, o tato.

Plantei-a numa canção perdida

Que o tempo olvidou no ritmo

De uma paixão partida.

No vazio da noite

Vem sempre a madrugada

E assim toda lembrança

Busca a pessoa amada.

Na aragem da manhã ela desperta

E logo volta a dormir

Encoberta de porvir.

É o fim "ab aeterno"

A rosa sem cor secou

E o mundo é um constante inverno.

Gilberto de Carvalho
Enviado por Gilberto de Carvalho em 03/07/2011
Código do texto: T3073292
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