A ROSA SEM COR
Tudo nela é abstrato,
A forma, a fórmula, o tato,
Plantei-a neste poema
Na sinestesia do olfato.
Não existe flor mais bela
Tudo nela é abstrato,
Como procurar numa tela
A forma, a fórmula, o tato.
Plantei-a numa canção perdida
Que o tempo olvidou no ritmo
De uma paixão partida.
No vazio da noite
Vem sempre a madrugada
E assim toda lembrança
Busca a pessoa amada.
Na aragem da manhã ela desperta
E logo volta a dormir
Encoberta de porvir.
É o fim "ab aeterno"
A rosa sem cor secou
E o mundo é um constante inverno.