O Abstrato Concreto

Lágrimas ocultas são derramadas.

O espírito e o físico as absorvem.

Quase que as vejo, descendo, escorrendo,

Tirando-me o ar, conforme me preenchem.

Sua doçura me encanta, seu sorriso, tão límpido, lindo,

Ilumina meu interior que, sufocado por esse líquido,

Reverbera essa luz estridente.

Oh minha perfeita amada, o que é isso que sinto?

Essa confusão, negridão do destino, sob o qual me encontro?

Para onde olho eu lhe vejo. Em meus sonhos lhe percebo.

Ao olhar, busco seu rosto, em movimento, procuro a sua parada, seu descanso.

Eis-me aqui, aqui estou, esperando-lhe, com amor.

Será que não vê? Não se torna evidente?

Derruba essa frágil parede, dê-me sua segurança,

Permita-me a aproximação, sinta meu coração.

Corta essa carne, vislumbre o meu interior,

Contemple o abstrato, sinta o sublime,

Retire essa tristeza que, juntamente,

Como se fosse uma proeza, inunda minh’alma.

Ouça meus gritos! São entoados desesperadamente.

Ao longe. Gritos do silêncio, estampados na fala, na ausência da mesma.

Não percebe a dor? É comovente ao semblante mais rígido.

Eu grito, estou sufocado, sufocado de amor.

Falta-me o fôlego, ao mesmo tempo em que deixo de existir,

Resultando na ausência da própria vontade.

A cada momento que passa, sinto-me corroído,

Tomado por esse sentimento voraz.

Paixão pura, sem interesse escuso,

Senão apenas seu sorriso, seu coração, também vivo.

Acaso eu peço em demasia? E até me pergunto, será que eu mesmo lhe aceitaria?

Só quero que saiba o que sinto, pois é veraz,

É o meu mundo, minha vida, meu ser que,

Embora lhe esteja oculto, mostra que estou vivo e que penso em você.

WOA
Enviado por WOA em 02/07/2011
Código do texto: T3071488
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