AMOR LATEJANTE

Por amor estou ao seu dispor

Por paixão perco a razão

Assim seu assim eu sou

Amor que lateja na carne

Como um órgão propulsor

Se te amar me faz pecar

Sou um penitente confessor

Uma febre me arde no peito

Este ar sedutor a ânsia veste-se de ar rarefeito

Lateja e pulsa maltrata de tanto ardor

Amalgamado estou no teu corpo delgado

Tem cor de maçã tem cheiro de pecado

Nele me perco louco e desencontrado

Não me sinto culpado

Paixão que devora por dentro

Por fora é devorado

É fogo faminto insaciável

Quando cessa já incinerado maleável

São cinzas que o vento espalha

Lembranças exortadas pelo vento

Da luxúria e das fagulhas do momento

É febre que passa...

Mas que depois ardentemente volta sem alarde

Arde palpita esquenta dilata na mente

Dá um martírio delirante na membrana

Queimando a gente por dentro

Louca incontida fremente insana...