AMOR VERMELHO

És o vermelho caótico dos meus versos,

A gôndola que passeia em meu torpor,

Suave derramar de carinhos que complexos

Me enternecem desmistificando o amor.

Braços vorazes, boca contorcida

Envolvem-me em crítica sedução;

Sou a negação da dor da propria vida

Que embala os sonhos perdidos na emoção.

Passos que ecoam na fúria do compasso

Celebrando os martírios que impetraram,

Regozijam-se funestos em todo espaço

Perpetuando o clamor que em mim deixaram.

Assim te chegas, como a chama que atordoa,

E invades o que de mim ainda resta;

Sopro de luz deixando-me como quem voa

Para beijar outros lábios de promessa.

E nessa cor flamejante em antonia

Debruças-te inteiro sobre mim,

Desfazendo o mito que em ti eu via,

Superando os meus anseios em triste fim.

Rose Arouck
Enviado por Rose Arouck em 01/12/2006
Código do texto: T306945