Quando o Tempo Passa…
Digo-te até amanhã
Sem o sentir
Por mera força de expressão
Porque não sei se te irei encontrar nesse dia
Ou se no dia seguinte te irei perder no meio da imensidão…
Ou então se calhar sei bem demais o que sinto
Mas recuso tal exprimir
Porque na clareza dos sentidos explícitos
A sua negação
Passa por ser a minha forma de existir…
E acendo mais um cigarro
Penso
Como penso sempre
Demais
Se calhar demasiado
Na inevitabilidade
De te amar
De te querer
E ao mesmo tempo voltar à negação
Onde estou demasiado localizado
Mas onde teimo em me perder…
Olhando então o céu
A sorrir
Dado ter descoberto ainda a tempo
Que as lágrimas
E as amarguras
Podem servir de catarse
Mas também
São uma forma de morrer
Antes do tempo
Antes que sinta a vida no seu esplendor
E é este o motivo
Pelo qual
Em mim
A alegria
Se sobreporá
Sempre
A qualquer tipo de dor…