CÁRCERE PRIVADO

Senhora, tu és o meu cárcere privado,

A muralha que circunda o meu desespero,

As lágrimas que tenho derramado.

Livra-me desse suplício atroz;

Dona da minha vida.

Por caridade! Não sejas o meu algoz!

Senhora, tu és o meu cárcere privado,

A lembrança ruim de um passado,

O verdugo de um desgraçado.

Livra-me dessa clausura de rancor;

Onde a felicidade não pode penetrar,

E o ódio é mais poderoso que o amor.

Senhora, tu és o meu cárcere privado,

O delírio fugaz da minha razão,

O infortúnio de um amanhecer alucinado.

Livra-me dessa miséra tortura.

Quero sentir a liberdade apossar-se de mim,

E ouvir as palavras que o vento murmura.

Haroldo Franco

06/12/1986

Haroldo Franco
Enviado por Haroldo Franco em 01/07/2011
Código do texto: T3069105
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