Busco minha inspiração...
Busco minha inspiração ...
Lamento .
Mas não sei onde mais procurá-la...
Na certa se tivesse vontade,
Pudesse até encontra - lá.
Juro!
Remexi no baú da memória
Nada encontrei...
Nem mesmo as quimeras
Que um dia lá deixei.
Mudei a tática...
Olhei para a Lua...
Tão nua estava...
Insípida lamentava,
Nela nada restava.
Parei...
Olhei-me no espelho...
Nada enxerguei
O brilho que me iluminou
Um dia, se ofuscou.
Meus dedos
Tomados pela artrose
Não mais queriam escrever
Pois antes os versos eram bailarinos
Vinham do coração,
Apossavam-se de todo meu ser...
Gritavam que queriam nascer.
Tombada estou diante destes versos calados,
O coração este órgão hoje dilacerado...
Quer apenas a lápide fria
Onde poderá enfim...
Enterrar este resto de poesia.
Elizabeth Vargas Marcondes