O BARCO DO AMOR
Fernando Alberto Couto
Vem amor, vamos viajar,
segure minha mão,
confia neste sentimento,
ainda que viermos enfrentar
o mar da desilusão,
sonhos arrastados ao vento.
No arquipélago das perfídias,
nossos olhos marejados,
expostos à mil malícias,
podem ser enganados.
A inveja mal amada,
aliada da mentira cruel
é semente de muitas tramas,
podendo te deixar envenenada
com artifícios como o fel,
contaminando puras almas.
A miséria e até o ciúme,
nos mares turvos e revoltos
da falsidade e impaciência,
agridem o amor sublime
que corações leves e soltos
protegem com a experiência.
Que a luta será intensa
nós não podemos ignorar,
mas, sem viajar com confiança,
não poderemos nos amar.
SP – 27/07/11