TE AMO SEM COMPASSO
Não sei quem sou
Tua identidade é minha senha
São minhas digitais que no teu peito assinou
Teus olhos são meus candeeiros
São meus mundos paralelos
No mar alto em pleno nevoeiro
Minha bóia de salvação meu morteiro
Teu coração bate
Em meu peito
Somos misturas
De uma só poção
Assim como o beijo
Está para a sedução
Cavalgaremos no tufão do mais louco desejo
Viemos sós, pra nos resgatarmos nos pós
São muitos horizontes
Percorridos até este encontro sem pontes
Estivemos em várias passagens
Inúmeras cavernas
Inúmeras evoluções
Amanheceres infinitos
Milhões de dias perdidos
Em desencontros contritos
Até nos encontrarmos
Nesta vida...
Somos o que na perda
Encontramos
Até encontrá-la...
Foram tantas serpentinas evolucionárias
Escadarias imaginárias
E agora finalmente a pororoca sentimental
O reencontro, a arrebentação lírica e triunfal.
Agora te sou
E me és
Dois lados
De um mesmo viés.