Caça
 
Entras, adentras, raptas-me
Leves-me e eleves-me aos céus
Os teus, os meus, os nossos
Lanças a estaca e prendas-me
Sou tua prenda, teu esteio
Enlaças-me neste desejo impudico
Anseio estar em teus meios
Unidos, úmidos e férvidos
Cercas e acercas à caça e acossas-me
Acuada, em rendas rendo-me
Em sedas por oferenda regalar-te-ei
Regozijemo-nos no balaústre santificado
Edificas em mim este teu eu tão meu
Em ti desfar-me-ei apenas para reunir-me
Neste irromper atinado em resumos
Jorrarão em incandescências incontidas
Estabelecendo a unicidade tanto quista
O absoluto na conjugação destas duas almas
A perfeição na comunhão destes dois corpos
Não é torpe que me retenhas, é celestial ficar...