O SONHO E AS ROSAS VERMELHAS
Não, não preciso que me digas que sangrastes,
eu mesma contemplei com meus olhos,
teu desamparo, tuas mãos ao peito,
tuas lágrimas vermelhas...
Ai, amado, que dolorida visão!
A dor que te golpeava as escondidas
e que tu nem sonhavas que tanto sentirias
foi, por surpresa, anunciada ao meu coração.
Nas areias te encontrei, nada pude fazer,
foi meu mais angustiante e impotente choro.
Elevei minha oração, sofri junto contigo;
um vento forte se fez e os grãos em turbilhão te levaram às alturas.
Os vermes rastejantes que tu vias, de ti nada tinham,
eram ecos sombrios, vozes longínquas de outro mundo,
que à tua alma queriam ludibriar.
De água norma com pétalas de rosas vermelhas,
em bacia de prata, te banhei despejando
com as mãos a puríssima água sobre tua cabeça.
Eras um menino precisando ser amado.
Vendo minhas lágrimas com as tuas misturadas acordei,
e novamente orei, chorei por ti, por nós.
Ao Criador pedi a água que sacia a sede interior,
aquela que jorra da fonte do esquecimento,
lava e leva para longe a dor, mas deixa a indelével marca.
Não, não preciso que me digas que sangrastes.
Não, não preciso que me digas que sangrastes,
eu mesma contemplei com meus olhos,
teu desamparo, tuas mãos ao peito,
tuas lágrimas vermelhas...
Ai, amado, que dolorida visão!
A dor que te golpeava as escondidas
e que tu nem sonhavas que tanto sentirias
foi, por surpresa, anunciada ao meu coração.
Nas areias te encontrei, nada pude fazer,
foi meu mais angustiante e impotente choro.
Elevei minha oração, sofri junto contigo;
um vento forte se fez e os grãos em turbilhão te levaram às alturas.
Os vermes rastejantes que tu vias, de ti nada tinham,
eram ecos sombrios, vozes longínquas de outro mundo,
que à tua alma queriam ludibriar.
De água norma com pétalas de rosas vermelhas,
em bacia de prata, te banhei despejando
com as mãos a puríssima água sobre tua cabeça.
Eras um menino precisando ser amado.
Vendo minhas lágrimas com as tuas misturadas acordei,
e novamente orei, chorei por ti, por nós.
Ao Criador pedi a água que sacia a sede interior,
aquela que jorra da fonte do esquecimento,
lava e leva para longe a dor, mas deixa a indelével marca.
Não, não preciso que me digas que sangrastes.