Incoerência
Uma gema verde logo após a esquina,
e o meu amor treina para a lapidação;
ele sabe bem antever à joia mais rara,
que se tornará ornato para o coração.
Co’um cinzel em sua mão, o escultor,
dá formas, mesmo, à matéria morta;
porém, vivaz, essa escultura respira,
por detrás das sombras d’uma porta.
Na represa, o anseio contido, a custo,
oscilando ao vento como um arbusto,
na esperança que sua ocasião venha.
Nos montes gêmeos palpitam a vida,
lábios tímidos que carecem guarida,
pede o olhar, cujo brilho, é a senha;
A incoerência constrói o seu abrigo,
avessa à mentira, improvisa temor;
ao deixar os lábios falando de trigo,
quando, o coração grita, por amor…