SOMBRAS DO DESPERTAR

Desperta a neblina,

Na bruma, já quase esquecida

A sina, a rua menina

Desperta, alerta a noite.

A pele, que queima e arde dentro de um vulcão,

Extirpa a sede, que mata

O nó que me deixa a cortante cachaça

Uma velha carcaça

E sombras dúbias e cinzas

Onde vela o vento dormente,

Que arrasta as grossas correntes

De velhos veleiros, que, ancorados,

Rasgam as sílabas desse verso

Que uso como triste fim.

E as rosas que ficam

São geladas como noite de junho,

São feridas como cortante navalha.

Exorcizo a sombra fria e crua

Na nua rua de minha memória,

No leve tolher desse mês invernal.

Entoa a voz dessa música de inverno

Para acalentar e aquecer as sombras de um despertar.

Quero amar, e como quero,

Tua silhueta, tua face dourada

Amor, amiga, amada...

Castro Antares
Enviado por Castro Antares em 29/06/2011
Reeditado em 29/06/2011
Código do texto: T3064235
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