Vila Triste

Ó bela vila encravada na Serra

Vila história e muito bela

De casinhas vermelhas de madeira

Pedaços de história, romance e riqueza

Vila dos trilhos, das matas, das pessoas

Vila dos operários, dos solteiros e das moças

Igrejinha velha ao topo, ladeira íngreme, requer esforço

Maria fumacenta desperta-me de madrugada

Das paredes de tabeira e o brilhar da alvorada

Céu cinzento, chuva constante

Na solidão aqui fico, equilíbrio distante

Sol tímido e escondido a contemplar a beleza

Do Véu de Noiva que a vila alardeia

Aqui o meu amor trazei, vamos nos amar a noite inteira

Minha história aqui escrevi, meu destino aqui tracei

Me fiz homem, cresci, trabalhei, me casei

Tive ao todo dezenove, de filhos apenas três

De netos dezesseis

Paixão de homem, a maior de todas

Minha amada carreguei nos braços por estas ruelas singelas

Primeiro, no casamento, descendo a escadaria da igreja

Hoje subindo mas pela igrejinha apenas passando de banda

Conduzindo, em meio à solidão para a ela conceder

Aquilo que há muito desejou, por mais estranho que possa parecer

O alívio de uma dor, um sofrimento que estranhamente debandou seu ser

Paulo Farias
Enviado por Paulo Farias em 28/06/2011
Código do texto: T3063524
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.