Vila Triste
Ó bela vila encravada na Serra
Vila história e muito bela
De casinhas vermelhas de madeira
Pedaços de história, romance e riqueza
Vila dos trilhos, das matas, das pessoas
Vila dos operários, dos solteiros e das moças
Igrejinha velha ao topo, ladeira íngreme, requer esforço
Maria fumacenta desperta-me de madrugada
Das paredes de tabeira e o brilhar da alvorada
Céu cinzento, chuva constante
Na solidão aqui fico, equilíbrio distante
Sol tímido e escondido a contemplar a beleza
Do Véu de Noiva que a vila alardeia
Aqui o meu amor trazei, vamos nos amar a noite inteira
Minha história aqui escrevi, meu destino aqui tracei
Me fiz homem, cresci, trabalhei, me casei
Tive ao todo dezenove, de filhos apenas três
De netos dezesseis
Paixão de homem, a maior de todas
Minha amada carreguei nos braços por estas ruelas singelas
Primeiro, no casamento, descendo a escadaria da igreja
Hoje subindo mas pela igrejinha apenas passando de banda
Conduzindo, em meio à solidão para a ela conceder
Aquilo que há muito desejou, por mais estranho que possa parecer
O alívio de uma dor, um sofrimento que estranhamente debandou seu ser