dia décimo-nono
nunca escrevi tantos versos
para uma mesma mulher
em tão curto espaço de tempo
tem nada a ver com talento
muito pelo contrário
já que a quantidade
de qualidade tem pouco
ficava eu como um louco
diante do computador
e ela do outro lado
a mostrar seu valor
nas coisas que me escrevia
e como é que escrevia
bem!
linda poeta alourada
será que acabaram com isso?
com os seus “latifúndios de mim”?
com a única flor do jardim
que eu quis regar e não pude?
com aquilo que amiúde
me preenchia o viver?
é dose ter que esquecer
que o passado não houve
é dose comer a couve
sem o arroz e o feijão
é dose o coração
botar pra calar e dormir...
Rio, 19/11/2006